O abandono afetivo inverso acontece quando os filhos abandonam os pais à própria sorte no momento que eles mais precisam de cuidados. Que é durante a velhice. Mas não é somente a falta de cuidados que caracteriza o abandono afetivo inverso. Mas também, a falta de respeito, o desprezo, a falta de amor e a indiferença dos filhos em relação aos pais idosos.
Mais do que a omissão de assistência física ou financeira, o abandono afetivo do idoso reflete em uma negação de vida. Pois esse ato tira do familiar mais velho a perspectiva de viver com qualidade – afinal, a família é quem deveria zelar por ele.
Consequências do abandono afetivo inverso
A velhice em si já é um processo complicado, pois com o avanço da idade, aparecem diversos tipos de doenças. E, quando os idosos não têm o devido carinho e atenção da família. Eles ficam carentes e, consequentemente, mais propensos a desenvolver problemas como a depressão, por exemplo.
Mas os filhos também sofrem consequência ao abandonar os pais. Isso porque é previsto em lei que os genitores recebam auxílio dos filhos durante a velhice. O artigo 3º da Lei Nº 10.741, de 1º de Outubro de 2003 deixa isso bem claro.
Quando os filhos desobedecem essas normas, o idoso pode buscar seus direitos na justiça. Embora não haja uma legislação específica sobre o assunto, os pais podem pedir indenização por danos morais aos filhos, quando são abandonados por eles.
Além disso, o filho que abandona o idoso pode ser excluído do testamento, caso o pai abandonado queira privá-lo de receber algum bem como herança.
Situações que não caracterizam abandono afetivo inverso
Existem algumas situações que podem até parecer abandono, mas, na realidade, não são. Por exemplo: se um filho mora em outra cidade ou país a trabalho e não pode estar presente com frequência. Não é uma característica de abandono. No entanto, nesse contexto, o filho ainda deve visitar os pais sempre que possível prestar assistência quando necessário. E ainda procurar ter contato frequente com seus genitores.
Outro fato que pode ser julgado por algumas pessoas quando os filhos optam por colocar o pai ou mãe em uma casa de repouso. Quando todos os membros da família trabalham e nem de recursos financeiros para manter um cuidador em casa. Essa é uma opção – que não se trata de abandono quando é uma decisão tomada de comum acordo por toda a família.
Em um contexto no qual o idoso está com a idade muito avançada e apresenta quadro de demência. Por exemplo, em uma casa de repouso ele vai receber tratamento adequado. Nesses casos, o abandono não existe quando a família visita o idoso com frequência interage com ele. E oferece a ele convivência com seus netos e outros familiares.
Além disso, uma outra opção muito vantajosa e que não se trata de abandono afetivo inverno é contar com a teleassistência. Através dela, é possível que o idoso peça auxílio e também se comunique com seus familiares através de aparelhos simples e práticos de usar. Dessa forma, os filhos podem manter o cuidado com os pais sem estarem presentes. E os pais, por outro lado, podem continuar vivendo em seus lares, mantendo seu conforto, autonomia e independência.
Importância de proporcionar carinho e atenção aos idosos
A transição para a velhice nem sempre é muito fácil. Além dos problemas de saúde relacionados à idade, muitos idosos se sentem incapazes. Pois já não possuem tanta energia para fazer as coisas que antes lhe davam prazer. A solidão é outro ponto negativo para a vida do idoso. Pois com a chegada da aposentadoria, as pessoas precisam ficar mais isoladas, o que pode gerar depressão. Para que o idoso tenha uma vida feliz, ele precisa do amor e carinho dos filhos e netos. Ao se sentir amado, ele terá mais vontade de viver e aproveitar as coisas boas que a vida tem a oferecer nessa nova fase.
Para evitar o abandono afetivo inverno, cuide do seu familiar idoso com carinho, atenção e amor. Mesmo que você não possa estar presente na vida dele diariamente. Com alternativas que vão desde cuidadores até sistemas automáticos eletrônicos, é possível garantir o bem-estar de quem você ama!